quarta-feira, 14 de julho de 2010

O naufrago e a solidão do mundo








“Todos os meus anos nessa ilha desolada, sem qualquer esperança de resgate. Mas estou vivo e não me afoguei como todos os meus companheiros do navio. Eu sou Robinson Cruzoé.                   Para onde quer que eu olhe na minha prisão, nos olhos da minha mente, é o paraíso que eu perdi. Minha única escapatória é dentro da memória de uma vida que mais parece com um sonho se desvanecendo. Hoje estou preparado. E nunca desisti do mundo."
Tenho me demorado, mais do que necessário, na leitura deste clássico que fugiu da minha adolescência: "Robinson Cruzoé" do Daniel Defoe. Talvez esse lapso na minha formação de aventureiro tenha se dado pela falta de ilhas na geografia do litoral de Natal. Não visto, não quisto, ou pelo menos apenas sonhado. Hoje cerco-me delas em São Sebastião e mal passe um dia se que eu tenha meditado sobre estes exílios.  Tenho o projeto de elaborar entrevistas com alguns moradores de ilhas e sondar este arquétipo que nos toca tão profundamente.
A densidade da solidão de Cruzoé e as vicissitudes da vida prática na ilha, apartado de todo o convívio humano e lutando com a razão para não perder a humanidade é com certeza compartilhada com o leitor atento. É uma aventura humana, ou melhor em tornar-se humano na sua prisão que não tem grades, são intangíveis horizontes que o cercam e insondáveis profundidades do mar. Estes abismos da imaginação, esta quase liberdade o deixa a ponto de enlouquecer.
Encontrei estes links de uma série de uma temporada que me pareceu muito bem feita(assisti somente aos quatro primeiros episódios), apesar da solidão do Cruzoé ter sido desconsiderada nos primórdios de seus anos na ilha, enfim, espero que apreciem.
A seguir a sinopse da série:
Produção da NBC em associação com a BBC inglesa, a série tem como base o livro "Robinson Crusoe", o náufrago que viveu em uma ilha por quase 30 anos. A narrativa da série irá apresentar a história de Crusoe em dois tempos. O momento presente, em que ele tenta sobreviver na ilha, e o tempo passado, no qual vemos sua história e seus relacionamentos antes do naufrágio.

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